É fato conhecido de todos com um mínimo de conhecimento musical nos últimos anos que a nova onda inglesa gera uma banda “salvadora do rock” por semana. Ainda curtindo Strokes? Você decididamente anda bem atrasado. Se a voz de Julian Casablancas já ficou para trás e o Arctic Monkeys continua em pausa para “se reiventar”, a bola (merecida) da vez é o de The Kooks. A bem da verdade, Konk é o segundo álbum da ensolarada banda, que ganhou o mundo alguns anos atrás com o single “Naïve”, do álbum de estréia, Inside In/Inside Out. Mas foi com o hit “Always Where I Need to Be” que os garotos de Brighton tomaram de assalto a cena musical e andam angariando fãs por aí com seus arranjos caóticos e letras confessionais. Até aí nenhuma novidade para quem ouve Coldplay ou Muse, mas o grande charme do The Kooks reside exatamente nessa nosso estránho hábito de julgar o que é igual como ruim. As possibilidades dentro de um gênero são tão grandes e tão inexploradas que fica impossível não gostar quando uma banda ousa fazer não mais do mesmo, mas o mesmo com um pouco mais.
O The Kooks é essa banda personificada, e não perde tempo para mostrar isso. “See the Sun” (I see the Sun rising/And all you see is fall) tem um refrão de cadência surpreendente e ainda consegue ser dançante e cheia de detalhes que soam todos encantadores. Esse detalhismo, aliás, é o que fica marcado de mais interessante na banda, não tanto no single já citado, talvez a música mais fraca do disco e ainda assim acima da média, mas especialmente na balançada e pegajosa “Gap” (And I miss you, and I need you, I do/ Don’t go, take my love, I won’t let you/ I’m saying please don’t go) e sua letra confessional e, porque não, emocionante. Talvez a melhor do álbum, “Love it All” (My heart was living down/ And I was beeing pushed over the line) junta todos esses elementos para formar uma canção das melhores que surgiram nos últimos anos, serena e animada a um tempo. Embora não seja exatamente o que se chama de obra-prima, “Mr. Maker” (But oh no, he’s allright/ Mr. Maker he’ll be fine/ It’s allright, it’s okay/ Because of the love he gave away) é a que mais marca pelo otimismo que acaba definindo de uma vez por todas o sentimento de bem-estar que passa escutar Konk de ponta a ponta. E nada melhor que um belo sorriso para salvar o rock de verdade.
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