terça-feira, 28 de abril de 2009

Paixão musical da semana – The Kooks

É fato conhecido de todos com um mínimo de conhecimento musical nos últimos anos que a nova onda inglesa gera uma banda “salvadora do rock” por semana. Ainda curtindo Strokes? Você decididamente anda bem atrasado. Se a voz de Julian Casablancas já ficou para trás e o Arctic Monkeys continua em pausa para “se reiventar”, a bola (merecida) da vez é o de The Kooks. A bem da verdade, Konk é o segundo álbum da ensolarada banda, que ganhou o mundo alguns anos atrás com o single “Naïve”, do álbum de estréia, Inside In/Inside Out. Mas foi com o hit “Always Where I Need to Be” que os garotos de Brighton tomaram de assalto a cena musical e andam angariando fãs por aí com seus arranjos caóticos e letras confessionais. Até aí nenhuma novidade para quem ouve Coldplay ou Muse, mas o grande charme do The Kooks reside exatamente nessa nosso estránho hábito de julgar o que é igual como ruim. As possibilidades dentro de um gênero são tão grandes e tão inexploradas que fica impossível não gostar quando uma banda ousa fazer não mais do mesmo, mas o mesmo com um pouco mais.

O The Kooks é essa banda personificada, e não perde tempo para mostrar isso. “See the Sun” (I see the Sun rising/And all you see is fall) tem um refrão de cadência surpreendente e ainda consegue ser dançante e cheia de detalhes que soam todos encantadores. Esse detalhismo, aliás, é o que fica marcado de mais interessante na banda, não tanto no single já citado, talvez a música mais fraca do disco e ainda assim acima da média, mas especialmente na balançada e pegajosa “Gap” (And I miss you, and I need you, I do/ Don’t go, take my love, I won’t let you/ I’m saying please don’t go) e sua letra confessional e, porque não, emocionante. Talvez a melhor do álbum, “Love it All” (My heart was living down/ And I was beeing pushed over the line) junta todos esses elementos para formar uma canção das melhores que surgiram nos últimos anos, serena e animada a um tempo. Embora não seja exatamente o que se chama de obra-prima, “Mr. Maker” (But oh no, he’s allright/ Mr. Maker he’ll be fine/ It’s allright, it’s okay/ Because of the love he gave away) é a que mais marca pelo otimismo que acaba definindo de uma vez por todas o sentimento de bem-estar que passa escutar Konk de ponta a ponta. E nada melhor que um belo sorriso para salvar o rock de verdade.

- Link para download: http://www.torrentz.com/ec9d73669c4fdc4e87e18c4d26f5bd85ebe23c1e

 

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Paixão musical da semana – Jack Johnson

 

Lembro-me de uma vez ler em uma crítica de um filme musical que as músicas mais maravilhosas não são mais que três acordes e a verdade. Forma de dizer, é claro. É preciso muito mais talento para fazerem soarem alto os tais acordes do que todos nós vamos provavelmente ter um dia. Mas não deixa de ser verdade, e se existe uma prova viva e incontestável dessa autenticidade, seu nome é Jack Johnson. Havaiano, já passado dos trinta anos de idade e um gosto mais apurado para música do que deixou transparecer em seus “bonitinhos, mas repetitivos” três primeiros álbuns. A verdade é que, quando se concentra de verdade na missão, o cantor é capaz de tornar sua voz suave em algo que vale a pena escutar mesmo que seja apenas para entender o que está dizendo. E “Sleep Through the Static”, seu quarto trabalho de estúdio, mostra isso de ponta a ponta. Ou quase.

O disco começa habitual com a melodia agradável de “All at Once”, mas basta passar por cima da faixa-título e as mudanças começam a ser notadas na balançada e anormalmente eletrônica “Hope” (You don’t always have to hold your head higher than your heart), que discursa sobre solidão, esperança e tudo o mais que você possa imaginar em uma letra simples e, veja só, emocionante. Quer mais? “Sleep Through the Static” ainda guarda algumas surpresas. “Angel” (Here’s an angel/She doesn’t wear any wings/She wears a heart that can knock my own/She wears a smile that make me wanna sing) é a canção de amor curtinha e sóbria mais viciante dos últimos anos, e quando você acha que Johson começa a esbarrar no exagero (especialmente em “Enemy” e “Same Girl”), vem a certeira e cadenciada “What YouThoght You Need” (I can give you anything you want/But I couldn’t give you what you thought you need) para redimir pecados tão menores perto da maravilhosa “Losing Keys” (I’ve been losing lots of keys/Lately, I don’t know what that means/But maybe I’d better off with thing that can’t be locked out) um hino de descompromisso que demonstra perfeitamente que, afinal, não é preciso muito mais de um pouco de bom senso para emocionar. Vale a pena tentar.

- Link para dowload: http://www.baixadinha.com/jack-johnson-sleep-through-the-static-2008-download-mp3/

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Dido – Mais um pouco de música

Dido – No Angel 1999

Se música é a tradução de sonhos em acordes, então não há na atualidade cantora melhor do que Dido Armstrong. É na voz etérea dessa australiana apaixonada por música que desafiou a família rica para seguir carreira musical que cada emoção e sensação ganha uma representação perfeita na forma de notas, letras e entonações. Para começar, é impossível não se encantar com a voz de Dido. Distante em alguns momentos, poderosa em outros mas acima de tudo tocante, e no tom da voz dela que s música ganha corpo e o ritmo ganha sentido. O que Dido faz é uma música em que ritmo e letra são absolutamente indissociáveis. Não por acaso, essa forma peculiar de compor e arranjar as canções leva quem ouve a um nível quase instintivo de apreciação que não encontra páreo em nenhum outro dos muitos talentos da música que andam por aí. A verdade é que pode ser que existam músicos melhores que Dido, mas não existe nenhum outro igual a ela. É fácil se apaixonar quando a coisa é colocada assim.

“No Angel”, primeiro álbum de sua carreira que infelizmente não deslanchou na série de sucessos que se previa exatamente por não casar com o pop dominante no topo das paradas, já abre com uma emocionante declaração de amor, a lindíssima “Here With Me” (I won’t live/ I can’t hide/ I cannot be/ Until you’re resting here with me), que começa com toques de new age e termina como uma balada rocker temperada de um jeito diferente e encantador. Nas músicas seguintes o que ela faz é mostrar-se uma inovadora por natureza, uma cantora que não repete fórmulas e tem muito dizer. Seja querendo se libertar de uma vida rotineira na balançada “Hunter” (Want to be a hunter again/ Want to see the world alone again), destilando raiva e sarcasmo em “Don’t Think of Me” (See you’re with her/ Not with me/ Oh, how lucky a man can be?), exercitando a repetição no hit “My Lover’s Gone” (My lover’s gone/ His boots no longer lie on my door) ou em qualquer das outras propostas de um disco tão completo quanto recompensador, a verdade que fica é que Dido é mesmo uma garota excepcional. Merece ser ouvida, notada, adorada e apreciada. Eu já estou nessa. Você vem comigo?

- Link para download: http://sapodownloads.net/2007/06/dido-no-angel.html

Bom, pessoal, e por hoje é só isso mesmo… estava pensando em colocar esse tipo de dica musical como uma coluna semanal, quero saber a opinião de vocês, por mim eu escrevo sobre música que é o que eu gosto de fazer mesmo. Mas como sse blog é de vocês, são vocês que vão decidir, certo? Então ficamos por aqui, queria agradecer a todos os comentários que recebi nesse começo de blog, e é claro desejar o melhor para todos vocês sempre! Valeu pessoal, até mais!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Novas paixões musicais

A inglesa aí em cima, caso você não tenha reconhecido pelo sorriso franco raro de seu feitio, é Lily Allen. Ainda não ligou o nome do santo ao milagre? Talvez as seguintes palavras te despertem a memória:

At first, when I see you cry. Yeah it makes me smile, yeah it makes me smile. At worst I feel bad for a while, but then I just smile, I go ahead and smile

Tudo bem, talvez as palavras façam pouco sentido sem a voz estranhamente lírica e o sarcasmo pingando de cada sílaba que Lily imprimia na música que a lançou ao mundo, mas o fato é que não era difícil confundi-la com mais uma estrela pop juvenil tentando ganhar a vida com letras sádicas sobre tormentos adolescentes. Os escândalos na imprensa que aos poucos foram apareçendo depois do lançamento do primeiro álbum, “Allright, Still…”, apenas reforçaram essa impressão ao lado das batidinhas de reagge que poucos empolgavam na música da cantora e chegavam a soar patéticas em alguns momentos em que o mau-humor afeta nosso julgamento.^

Pois não é que três anos, um programa de talk-show e um par de prêmios depois essa adorável e fascinante londrina me vem com “It’s not Me, It’s You”? Poucas vezes ouvi título de álbum mais adequado. “Não sou eu, é você” pode soar a primeira vista como uma espécie de clichê insuportável, mas exoressa tão bem a sensação que as músicas do novo álbum passam que é impossível não sorrir. E bastam dois minutos de “Everyone’s at it” para notar que aquela não é a mesma Lily Allen. É inevitável perguntar se foi ela quem operou a mudança ou seus ouvidos que se enganaram com todo o primeiro CD.

Para começar, as letras não são mais sobre coisas banais que enchem o mundo de qualquer adolescente médio americano. “It’s not Me…” não é, de forma nenhuma, fútil. Quando a melancolia da segunda faixa, “I Could Say”, atinge em cheio quem ousar ouvir é impossível não se ver pensando nas palavras entoadas com classe e competência por Lily. Com sua voz sonhadora (sem qualquer vestígio de sarcasmo, diga-se de passagem), a cantora chega a emocionar em passagens como a seguinte, da já citada “I Could Say”:

I could say that I’ll be here waiting for you, but that will be a lie and quite a pointless thing to do.

O mais impressionante é que, mesmo em meio a referências eletrônicas e uma música um pouco menos suave do que estamos acostumados a ouvir da cantora, Lily em nenhum momento perde a leveza que tanto encanta na sua forma de cantar e em sua própria voz. De quando disfere palavras nada lisongeiras a um ex-namorado (me perdoem, mas o nome da música é mesmo “Fuck You”) e se diz dominada pelo medo de ser excluída da sociedade (no hit “The Fear”), a entonação é perfeita e cada segundo é encantador, apaixonante. Depois de ouvir cada nota, é impossível não se ver perdidamente hipnotizado por essa excepcional inglesinha de voz e talento inestimáveis. O melhor momento? “Who’d Have Known”, um tratato de certa forma triste sobre como surge um relacionamento. Não acredita? Tire a prova:

Said tomorrow would be fun. We could watch a place in the Sun. I didn’t know where this was going, when you kissed me.

Uma evolução emocional considerável para quem declarava em alto e bom som que ria com o choro de alguém que dizia amar, não? O tempo passou bem para Lily Allen.

Bom, pessoal, e para esse primeiro post é só isso mesmo. Por enquanto ainda estou na fase de elaborar melhor minhas idéias nesse formato e algumas adições que devem vir ajustadinhas em breve. De qualquer forma, quero deixar claro que, como sei que um dos principais pedidos dos leitores vai ser o link para o dowload desse álbum, estou passando aqui a página do Mahalo (http://www.mahalo.com/Lily_Allen_It's_Not_Me,_It's_You_Download) Claro, a responsabilidade aí é de vocês. Minha opinião sobre isso é bem definida e provavelmente figurará aqui no blog em breve. Mas enfim, agora só me resta desejar tudo de melhor para todos vocês e dizer até mais!

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More