sexta-feira, 3 de abril de 2009

Novas paixões musicais

A inglesa aí em cima, caso você não tenha reconhecido pelo sorriso franco raro de seu feitio, é Lily Allen. Ainda não ligou o nome do santo ao milagre? Talvez as seguintes palavras te despertem a memória:

At first, when I see you cry. Yeah it makes me smile, yeah it makes me smile. At worst I feel bad for a while, but then I just smile, I go ahead and smile

Tudo bem, talvez as palavras façam pouco sentido sem a voz estranhamente lírica e o sarcasmo pingando de cada sílaba que Lily imprimia na música que a lançou ao mundo, mas o fato é que não era difícil confundi-la com mais uma estrela pop juvenil tentando ganhar a vida com letras sádicas sobre tormentos adolescentes. Os escândalos na imprensa que aos poucos foram apareçendo depois do lançamento do primeiro álbum, “Allright, Still…”, apenas reforçaram essa impressão ao lado das batidinhas de reagge que poucos empolgavam na música da cantora e chegavam a soar patéticas em alguns momentos em que o mau-humor afeta nosso julgamento.^

Pois não é que três anos, um programa de talk-show e um par de prêmios depois essa adorável e fascinante londrina me vem com “It’s not Me, It’s You”? Poucas vezes ouvi título de álbum mais adequado. “Não sou eu, é você” pode soar a primeira vista como uma espécie de clichê insuportável, mas exoressa tão bem a sensação que as músicas do novo álbum passam que é impossível não sorrir. E bastam dois minutos de “Everyone’s at it” para notar que aquela não é a mesma Lily Allen. É inevitável perguntar se foi ela quem operou a mudança ou seus ouvidos que se enganaram com todo o primeiro CD.

Para começar, as letras não são mais sobre coisas banais que enchem o mundo de qualquer adolescente médio americano. “It’s not Me…” não é, de forma nenhuma, fútil. Quando a melancolia da segunda faixa, “I Could Say”, atinge em cheio quem ousar ouvir é impossível não se ver pensando nas palavras entoadas com classe e competência por Lily. Com sua voz sonhadora (sem qualquer vestígio de sarcasmo, diga-se de passagem), a cantora chega a emocionar em passagens como a seguinte, da já citada “I Could Say”:

I could say that I’ll be here waiting for you, but that will be a lie and quite a pointless thing to do.

O mais impressionante é que, mesmo em meio a referências eletrônicas e uma música um pouco menos suave do que estamos acostumados a ouvir da cantora, Lily em nenhum momento perde a leveza que tanto encanta na sua forma de cantar e em sua própria voz. De quando disfere palavras nada lisongeiras a um ex-namorado (me perdoem, mas o nome da música é mesmo “Fuck You”) e se diz dominada pelo medo de ser excluída da sociedade (no hit “The Fear”), a entonação é perfeita e cada segundo é encantador, apaixonante. Depois de ouvir cada nota, é impossível não se ver perdidamente hipnotizado por essa excepcional inglesinha de voz e talento inestimáveis. O melhor momento? “Who’d Have Known”, um tratato de certa forma triste sobre como surge um relacionamento. Não acredita? Tire a prova:

Said tomorrow would be fun. We could watch a place in the Sun. I didn’t know where this was going, when you kissed me.

Uma evolução emocional considerável para quem declarava em alto e bom som que ria com o choro de alguém que dizia amar, não? O tempo passou bem para Lily Allen.

Bom, pessoal, e para esse primeiro post é só isso mesmo. Por enquanto ainda estou na fase de elaborar melhor minhas idéias nesse formato e algumas adições que devem vir ajustadinhas em breve. De qualquer forma, quero deixar claro que, como sei que um dos principais pedidos dos leitores vai ser o link para o dowload desse álbum, estou passando aqui a página do Mahalo (http://www.mahalo.com/Lily_Allen_It's_Not_Me,_It's_You_Download) Claro, a responsabilidade aí é de vocês. Minha opinião sobre isso é bem definida e provavelmente figurará aqui no blog em breve. Mas enfim, agora só me resta desejar tudo de melhor para todos vocês e dizer até mais!

4 comentários:

Tô baixando o albúm depois do que você disse. Que relato detalhado, hein. Dificil ver isso. Você tem talento pra escrever sobre cinema e sobre música, uau! Eu gostei do que você falou e sabia que o nome que se dá para os trechos em negrito separados dos texto são chamados de olho? Pelo menos no meio jornalistico. rs Mas os olhos são feitos com trechos do próprio texto e você colocou algo para complementar a leitura. Então, acho que não seriam os olhos certos, mas ajudou bastante na leitura.

Valeu, Caio!

Essa menina é maravilhosa!! tbem tenho gostado muito das coisas dela que ouvi ultimamente!

bjs

bom antes de comentar sobre o post: QUE LINDO SEU BLOG *.* ameeei!
Bom, eu adoro ela as músicas e tudo *.*
Um beijo!

Cara, Lily Allen ñ é lá meu ramo musical não, o que eu tenho a falar sobre ela é que ela é linda, rsrsrs...
Mas melhor que Amy Winehouse e Britney Spears deve ser.
Abcs
http://falandoprasparedes.blogspot.com

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